Olha pessoal! Saí de férias istor dia e resolvi gastá inté o qui eu num
tinha. Comprei um jumentinho e falei preu mesmo! Vou lascá a sandália no mundo
e pegá um sor qui na Brasília num tem. Peguei uma bateria carregada,
instalei um toca-fita Rodstar e coloquei no lombo do bicho que di tão infeitado
parecia inté uma árvori e natá.Ele era um bicho muito arisco e tinha
tração nas quatro patas, ar concionado
que só funcionava na hora que sortava pum, óculos Ri Ban na cara que ficava
inté parecido cum Vardiki Soriano. O jumento era mais metido que secretária de
deputado e tinha uma listra preta no lombo que parecia que era pintado. Saí
ouvindo o som na maior altura,tocando a música do Luis Gonzaga que se chama O
Jumento é nosso irmão. Peguei a istrada do Sobradin . pra dispois encontrar a 020
cum distino indestinado e cum dô nu intestino pro causa dos pastér da
redoviária, acompanhado do disintala gato que é o tar di cardo di cana. Com o
jumento a mais di deis por hora quase dando cavalo di pau
na pista, quando o bicho puxava o frei de mão. segui aquela istrada a
mais di cinco hora e ainda num tinha passado di Pranaltina dos goiás. Desci pra
tomá um café nesses lugá na bera da estrada e falei com o vendedo. Bota um café
aí pra mim e ele me perguntô ! É pingado? E eu falei! Põe de uma veiz só qui eu
tô com pressa! Paguei aquele pretinho com o que tinha sobrado do 13º e montei
no imprestável que era o nome do meu burrico e segui em direção a Bahia. Na subida
as tartaruga me ultrapassava, mas só que na descida as coisa se invertia porque
aí era eu qui era ultrapassado por elas. Mas num me abati pois dispois de cinco
dia de viagem usando aquele papel igiênico Jornalex que limpa e informa, sem
tomá banho, já tava cum cherinho de francês, me senti importante e usei aquele
perfumi qui mi custou os olhos da cara, mais ou menos uns 5 Real de nome
Essensê de Lê Gambá e a coisa mudô, eu tava mais cherôso do qui mulhé da vida
no local di trabalho, peguei o espelho e vi qui tava mais bunito do qui
contra-cheque di deputado no finar do ano. Já tava chegando perto de Alvorada
pois percebi qui faltava apenas 120 quilômetros pra percorrer montado naquele jumento ligêro. Só qui o bicho inpacô qui nem
medida provisória quando intala a pauta do congresso ,e eu fiquei parado qui
nem salário de servidor público no governo da Dilma, e fiquei mais chateado do
que torcedor do torcedô do Botafogo na reta finar do campeonato., mais num
pudia desistir porque afinar eu tava curtindo as férias. Cansei! Larguei aquele
filhote de zaga do Flamengo cum ataque do Atlético Goianiense no meio da
istrada amarrado num pé de piqui onde tinha uma caixa de marimbondos. Segui a
minha caminhada levando a importância de deis reaus e um vale transporte. Andei
muito, sofri mais que palmeirense em dia de jogo e cansei mais do que zagueiro
que tenta marcar o Neymar. Dispois de caminhá uma semana cheguei em Alvorada
cuns pé mais lascado do que juelho de torcedor do Vasco fazendo promessa pro
time melhorár. Quando eu entrei na cidade, a primeira cara que eu vi foi a
daquele burro discarado cum a barriga quase arrastando no chão di tanto cumê e aquele ar di felicidade que
mais parecia um torcedô do Fluminense. Cheguei bem perto daquele istrupício,
olhei bem nos olhos dele e por um momento pensei que ele de certa forma tava
rindo de mim com aqueles beiço de lutador derrotado de luta livre e aquele
olhar de menino traquino que tinha acabado de ver a priminha tomar banho pelada.
O ódio me subiu a cabeça e a vontade que tive foi de esmurrar aquele filhote de
STJD com CBF até ele cair que nem adversário do Anderson Silva. Eu tava retado!
Eu tava muito raivoso porque investi naquele jegue inté o dinheiro que num
tinha pra dispois aquele desclassificado me deixar a pé ondi a única coisa que
passava era os dias das minhas férias. Foi triste as pinga qui eu tomei e pior
ainda os tombo que eu levei. Sentei no banco da praça pra discança e arrumar um
jeito de vortá pra casa porque as férias tinham ído pras cucuia e então eu
tinha que vortá pra Brasília onde o trabalho me esperava.
O jumento qui num é
burro ficou com o fazendeiro em Alvorada comendo do bom e do mió. Mas agora
tenho que ir embora e só confio nas minhas pernas. Elas não empacam e nem me
deixam na istrada.
Conto de Roberto Carvalho.